o bom filho a casa torna

Formar é uma tarefa árdua e exigente. Como se não bastasse, formar é apenas uma parte do crescimento do atleta, obrigatoriamente acompanha...


Formar é uma tarefa árdua e exigente. Como se não bastasse, formar é apenas uma parte do crescimento do atleta, obrigatoriamente acompanhada pelo passo imediatamente seguinte: o que fazer com o produto da formação.

Uma vez chegada à idade adulta, em que o miúdo virou homem e o protótipo um jogador (ainda que não totalmente feito), muitos clubes, de várias dimensões, têm dificuldades em encaixar as suas peças. Alguns jogadores saem quase empurrados, outros perdem-se no mundo da bola, e há aqueles que, apesar do talento, não encontram espaço no plantel. E ficar esquecido numa prateleira é algo ingrato para quem tem tanta vontade de singrar.

Eis que, mal ou bem, há algo em que os espanhóis vão apostando com algum sucesso: recomprar os seus, algum tempo depois de os vender. Pode parecer algo confuso mas o que é certo é que as cláusulas de recompra são uma peculiaridade cada vez mais eficiente. Aquando da saída, os "garotos" ficam sinalizados e têm destino e valor marcados. Depois, tudo depende da evolução que fizerem e das necessidades do "seu" clube de sempre. Não importa se a Europa os viu crescer e se meio mundo os quer, a prevalência, em última instância, pertence ao clube de base. No caso de não existirem cláusulas, o segredo está em apelar ao sentimento e à identidade. Basta abrir os braços e mostrar-lhes que o futuro é deles. Não é infalível, mas normalmente o coração facilita.

Posteriormente e uma vez de volta, essa entidade está em campo e vai a jogo. A formação é elogiada e o sonho dos mais pequenos vê-se reflectido nos seus exemplos. Também é certo que os cofres e estatutos dos clubes sustentam esta evolução, mas é de salientar que, pelo meio, ficou demonstrada a qualidade e ambição de um jogador que superou a aversão ao risco do clube.


Neste campo, Real Madrid C.F. e FC Barcelona fazem valer as suas grandezas e continuam atentos aos seus. Hoje foi Denis Suárez a ser comprado pelos Culés, mas há poucas semanas Morata foi readquirido pelo seu Real. Antes deles, Lucas Vázquez foi resgatado ao Espanhol e Carvajal viveu em Leverkusen um teste à sua perseverança, até ver as portas do Barnabéu abrirem-se. Já Piqué e Jordi Alba são outros exemplos de bens próprios que se mostraram em relvados alheios. Agora são ídolos no palco dos seus sonhos: o Camp Nou.


O futebol muda e alguns projectos atropelam sonhos, mas parece estar a surgir um olhar similar sobre uma velha realidade: o amanhã pode já estar no clube. Os dois históricos estão atentos e a selecção espanhola agradecida. Afinal...

o bom filho a casa torna!

You Might Also Like

0 comentários