Defesa Central - uma evolução natural

Porque é que já não há centrais como antigamente?  Alguns de nós crescemos a ver centrais como Nesta, Maldini, Stam, Rio Ferdinand, Vidic ...

Porque é que já não há centrais como antigamente? 

Alguns de nós crescemos a ver centrais como Nesta, Maldini, Stam, Rio Ferdinand, Vidic ou até mesmo como Cahill, Wes Morgan, Huth, Terry e Godin. No nosso imaginário de defesa central estão jogadores fortes altos, rijos, duros, pensamos em jogadores capazes de ganhar qualquer bola, seja de cabeça, lá em cima, a superiorizarem-se ao adversário, seja no chão em carrinho. Eles bloqueiam chutos, param contra-ataques com desarmes fantásticos, não deixam o avançado virar para a baliza, nem receber a bola. Desarmam muito bem, seja a encostar por trás ou em antecipação. Com eles ou passa a bola ou passa o jogador mas nunca os dois. Verdadeiras máquinas defensivas!

Porém, hoje em dia as melhores equipas (City United, Bayern, Real, Barcelona) tem maior posse de bola que as restantes equipas contra quem jogam. Por isso, os defesas passam a maior parte do tempo a fazer outras coisas em vez de defender. 

Isto significa que o defesa central de uma equipa top terá que ter características que o tornem confortável com a bola nos pés, em zonas avançadas do terreno, em que por vezes há pouco espaço para pensar e um erro poderá ser fatal. O central terá que, algumas vezes, progredir com a bola, saindo a jogar e queimando linhas. Terá ainda que fazer passes verticais no centro do terreno, daqueles que queimam linhas, bem como entender a manobra ofensiva da equipa. Quando se fala neste tipo de jogador falamos em, por exemplo, Hummels, Piqué, Boateng, Bonucci e Mascherano (estes dois últimos ex-médios)


Leicester e Atlético de Madrid

Haverá sempre espaço para centrais como Robert Huth e Wes Morgan ou Godin e Miranda, duas duplas de jogadores que não se sentem confortáveis com a bola, preferem jogar recuados e não dar muito espaço nas costas. Preferem dar a bola aos médios e aos defesas laterais para serem eles a construir. Normalmente jogam com um jogador móvel na frente, como Kanté/ou Gabi. Haverá sempre espaço para este tipo de defesas.


A outra escola 

Tudo começou com Rinus Michels e a famosa equipa holandesa em 1970. Depois Cruyjff e a sua filosofia em Barcelona, mais tarde com Bielsa e a sua Argentina de 90 e aperfeiçoada por Guardiola em Barcelona.
Nesta escola, o guarda-redes é o primeiro atacante e o último defesa, o central é o primeiro médio e cabe-lhe ler o jogo e criar situações de desequilibro, seja através do passe ou da progressão no terreno. Não me espanta ver médios adaptados a defesas, pois nesta filosofia a qualidade de passe é determinante no modelo de jogo.


Euro 2016

Será com curiosidade que irei observar como vão ser os movimentos ofensivos da Alemanha que contará com Boateng e Hummels na defensiva.

https://www.facebook.com/agoladocantona/videos/838387679618048/


RC




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