Villarreal: Um submarino que teima em emergir

Longe vão os tempos em que o Villarreal conquistou os lugares cimeiros da La Liga e as fases finais europeias com jogadores de renome: Marti...

Longe vão os tempos em que o Villarreal conquistou os lugares cimeiros da La Liga e as fases finais europeias com jogadores de renome: Martin Palermo, Sonny Anderson, Marcos Senna, Juan Roman Riquelme, Santi Cazorla, Pep Reina, Diego Godín, Diego Forlan, Matias Fernandez e Giuseppe Rossi foram alguns dos craques que vestiram de amarelo.

Actualmente, e depois de uma travessia no deserto em que sofreram uma impiedosa reestruturação, o El Madrigal volta a encher-se de orgulho, fruto da humildade que os move. Esqueçam os craques, a competência é colectiva!

Em 2002-2003 venciam a Taça Intertoto e garantiam presença na Taça UEFA. O estatuto crescia e era proporcional à confiança.

Em 2004-2005 chegavam ao fantástico 3º lugar e qualificavam-se para a Champions.

Na temporada seguinte, a de 2005-2006, os amarelos alcançam as meias finais da prova milionária, sendo apenas afastados pelos ingleses do Arsenal.

Como se não bastasse, em 2007-2008 terminam a La Liga na 2ª posição, logo atrás do Real Madrid.

Em 2010-2011, o sonho da Liga Europa termina aos pés do Porto, na meia final, muito por culpa da sensacional exibição de um avançado colombiano de seu nome Radamel Falcao (marcou 4 golos na primeira mão). Ainda assim, alcançaram o 4º lugar do campeonato e o acesso à Champions.

MAS na época seguinte, enquanto disputavam a principal prova europeia, deu-se o tombo. Foram relegados para o segundo escalão espanhol. A vergonha serviu de lição: o clube não precisava de estrelas mas sim de competência. O submarino tinha batido no fundo e estava em crise profunda. Não havia dinheiro para mais estrelas nem glória.

Foi em 2013 que garantiram a subida, delineando planos de restruturação desportiva e financeira. Na primeira época após o regresso, terminam em 6º lugar e qualificam-se para a Liga Europa. Um regresso aos velhos e bons tempos.

Na temporada passada, mais uma época séria e responsável. Terminam novamente no 6º lugar e renovam a vaga europeia.

Este ano, o Villarreal consolidou-se. Com a época a chegar ao seu término, há que olhar para trás com orgulho. O 4º lugar está garantido e a Champions espera-os. Sevilla, Valência, Athletic Bilbau e Celta de Vigo perderam a guerra. Para a Liga Europa, a surpresa esteve para acontecer. Foram afastados, em Anfield, da Final de Basileia.

Tratou-se de uma época longa e desgastante mas repleta de orgulho. A verdade é esta: este submarino é menos excêntrico mas muito competente. O encanto, esse, ainda permanece nos olhos de quem o observa.

Foto: Miguel Ángel Polo 
Longe dos luxos de outrora, o clube aposta em jogadores experientes, como o Portista Adrian Lopez, Daniele Bonera e Roberto Soldado, enquanto lança, simultaneamente, a juventude: Castillejo, Areola, Adrian Marin e Denis Suarez. Este misto encaixa como uma luva na mente do seu arquitecto, Marcelino Toral, o homem franzino dotado de uma mente elástica, o obreiro de tudo o que o Villarreal vem reclamando, após o regresso à La Liga.

Sim, este submarino vive na sombra dos grandes espanhóis, mas tem tantas "ganas" que o talento torna-se latente e começa a emergir.


Tiago Carvalho

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