Porto - Moreirense: Primeiro o susto depois a vitória

Este Porto é masoquista! Depois de começar a perder na Luz, de ter fracassado com o Arouca e ter corrido atrás do prejuízo com o Estoril, o...

Este Porto é masoquista! Depois de começar a perder na Luz, de ter fracassado com o Arouca e ter corrido atrás do prejuízo com o Estoril, o Dragão voltou a entrar a dormir, ver jogar e demorar a reagir. O Dragão, que em tempos era um campo difícil demais para marcar sequer um golo, hoje é palco das maiores batalhas. No final de tarde de Domingo, o aflito Moreirense apareceu ousado e atrevido, disposto a aproveitar as suas oportunidades e discutir o resultado. José Peseiro viu-se rapidamente a perder por 2-0, muito por culpa da técnica de Iuri Medeiros, temeu o pior mas acreditou. E foi na queda de Maxi que o Porto começou a erguer-se. A segunda parte foi um pressing final, concluído com 2 golos e consumando a reviravolta. Uma vitória cheia de garra mas escassa em tranquilidade. Mais 3 pontos para a casa do Dragão - ainda que saibam a muitos mais.

Foto: Lusa
As bancadas temeram o pior. O silêncio foi sepulcral e o sangue azul e branco gelou. Aos 10 minutos o Bruá gerou preocupação quando Boateng insistiu, Evaldo serviu e Iuri Medeiros concluiu. Um ver jogar azul e branco revelador de uma apatia que já não é estranha. E se Iuri já tinha cravado o Dragão, o segundo golpe deixou-o quase K.O. Um passe soberbo a rasgar a frágil (já se esperava) defesa portista e Fábio Espinho, na cara de Casillas, a dar um desvio ligeiro e subtil. Estava feito o 2-0 a casa ficava muda e a música essa era a do costume! Um mar de problemas...

O Porto lá ia tentando. Mas em cada remate o desacerto, o desalento e o talento de Stefanovic. O guardião de Moreira de Cónegos, que até já esteve ligado contratualmente ao Porto e que nem tem feito uma época brilhante, lá se ia colocando no caminho, remate atrás de remate.

Até que, aos 40 minutos, Maxi Pereira caiu sobre a linha de fundo, num lance dividido com o defesa contrário. Um corte limpo que o Juíz da partida teve a capacidade de transformar em penalti e Layun em golo! A primeira parte acabava com um Dragão a despertar depois de dois golpes em cheio. Golpes tão fortes que quase lhe tiraram a chama.

Na segunda parte o Porto foi para cima deles! Mas calma, primeiro o Moreirense ainda voltou a dar o ar da sua graça. Fábio Espinho e Iuri Medeiros (quem mais?) voltaram a tentar mas Casillas desta vez não deixou. 

E o Porto lá se encheu de ganas e foi para cima! O Moreirense encolheu-se e deixou nas mãos do Porto o seu destino. Foi pela cabeça de Suk que o empate se restabeleceu. Canto marcado pela esquerda do ataque portista e o sul coreano, solto e livre de marcação, elevou-se e desviou a bola para o fundo das redes do desamparado Stefanovic. 2-2 e o vulcão explodia!

Não há duas sem três! Uns minutos volvidos e numa jogada de pura insistência, Layun centra, Herrera vai buscar o que outros davam como perdido e Evandro (o herói bastante improvável) cabeceia para o fundo das redes. Explosão de alegria no estádio e o sabor da vitória! Peseiro rejubilava com a cambalhota no marcador!

Daí para a frente o jogo acalmou. Era o mínimo que o Porto podia fazer. Teve a bola, tentou segurar o resultado e, fundamentalmente, as emoções. Uma vitória para quem tem muita alma, mas não aconselhável a corações fracos. 

Positivo:

  1. Os golos! 5 golos num jogo é um factor super positivo.
  2. A incerteza no resultado e no marcador. Taco a taco, golo a golo, a emoção que todo o adepto da bola adora sentir.
  3. A atitude do Moreirense!
  4. O coração do Dragão!
  5. Iuri Medeiros: No Moreirense é craque. Uma grande capacidade técnica. Pé esquerdo acima da média e uma bela época recheada de golos.
  6. Stefanovic: não tem sido muito feliz esta época, mas hoje esteve em bom plano. Tudo fez para vender cara a derrota.
  7. Herrera foi buscar o que muitos davam por perdido. Conclusão? assistiu para golo. De mão beijada.
Negativo: 
  1. Mais uma falsa partida. Começa a ser hábito para este Porto.
  2. A exibição defensiva. Se na Luz os centrais foram sólidos, hoje tremeram como gelatina. Chidozie vacilou e expõe problemas que não são dele mas sim do clube.
  3. O árbitro da partida assinalou uma grande penalidade inexistente num momento decisivo. Ao intervalo o Porto coloca-se em "jogo" ou na disputa do mesmo com um castigo máximo por corte do defesa. Foi só bola.
  4. Longe vai o tempo em que ir ao Dragão era um bicho de sete cabeças! Hoje em dia há golos atrás de golos e disputa-se com firmeza os 3 pontos. José Peseiro tem de corrigir essa fraqueza e construir muralhas no seu castelo.

You Might Also Like

0 comentários