Luis Figo: Obrigado por tudo, Capitão

Luis Figo celebrou ontem o seu 42º aniversário. O melhor jogador do mundo, eleito pela Fifa, em 2001, (e segundo melhor em 2000, apesar do ...

Luis Figo celebrou ontem o seu 42º aniversário. O melhor jogador do mundo, eleito pela Fifa, em 2001, (e segundo melhor em 2000, apesar do Ballon D´Or ter-lhe sido entregue também nesse ano, mas pela Revista France Football) teve uma carreira repleta de reconhecimento.
Formado no Sporting Clube de Portugal (onde ganhou uma Taça de Portugal) partiu para o FC Barcelona e conquistou a Catalunha (Supertaça de Espanha, 2 vezes Campeão Espanhol, vencedor da Taça das Taças da Europa). Deu uma facada enorme ao rumar para os velhos rivais, o Real Madrid C.F., em 2000, numa transferência que teve tanto de milionária quanto de surpreendente. Tornou-se o jogador mais caro do mundo, contratado por 60 milhões de euros (!), chocando o país vizinho e alimentando ódios históricos.
Foi um galáctico, teve braçadeira, golos e assistências. Conquistou troféus e realizou-se com a camisola blanca (2 Supertaças Espanholas, 2 Campeonatos Espanhóis, 1 Liga dos Campeões, 1 Supertaça Europeia e 1 Supertaça Intercontinental). Saiu do Real quando os "All Stars" começaram a fracassar.
Chegou a Itália em 2005, para jogar no F.C. Internazionale Milano e acabou a carreira no clube milanês, ao lado de Jose Mourinho, em 2009. Pelo meio, voltou a ganhar, claro está, como só sabia fazer (3 Supertaças italianas, 1 Taça italiana e 4 Campeonatos nacionais). Decidiu terminar a sua carreira nesse mesmo ano de 2009, no dia em que o clube se sagrou campeão. O lendário Javier Zanetti entregou-lhe a braçadeira de capitão - o maior sinal de respeito que o português podia ter recebido.

Pelas Seleções de Portugal, muitas presenças, golos, assistências, braçadeira e carisma. A personalidade de Luis Figo e a alma que levava para jogo personificavam um país. O seu talento começou a materializar-se em 1991, com o título de campeão do mundo de sub 20! Nesse mesmo ano estreou-se pela selecção principal. Depois veio o chapéu de Poborsky num agradável Euro 96, a grande campanha do Euro 2000, onde um penalti do amigo Zidane tirou Portugal da Final, e o desastroso Mundial de 2002, como ponto baixo da sua grande carreira. Seguiu-se o trágico Euro 2004 e o adeus à equipa das Quinas. Figo não conseguia superar a derrota na final, contra a Grécia. Após inúmeros pedidos, reconsiderou e voltou para o Mundial de 2006. Colocou a braçadeira no braço e carregou o sonho de milhões, levando a equipa a acreditar (e igualar a fantástica prestação de 66), caindo apenas nas meias finais, com uma derrota pela margem mínima, novamente contra a (sempre fatídica) França. Como tudo tem um fim, terminou o seu reinado capitaneando a geração de ouro, que quase ganhou tudo, mas que na realidade nada ganhou (ao nível de selecção AA). Contudo, o orgulho que nos deram foi imenso e indescritível.


Figo está entre os 100 melhores de sempre da FIFA. Nasceu num país pequeno e pobre, mas à sua semelhança, acreditou que podia conquistar o mundo. E conquistou. Não era de grandes vedetismos, era classe. O destaque vinha do seu talento natural e de tudo o que fazia dentro do campo. Figo será sempre uma lenda, e é nosso, algo que ninguém nos pode tirar.
Obrigado por tudo, capitão.


Tiago Carvalho.

You Might Also Like

0 comentários