Nação valente!

Contem connosco! Portugal teve uma noite de glória e duas vitórias verdadeiramente fantásticas. Se a goleada leonina foi saborosa mas esper...

Contem connosco! Portugal teve uma noite de glória e duas vitórias verdadeiramente fantásticas. Se a goleada leonina foi saborosa mas esperada, a reviravolta do Belém e a coragem bracarense foram hercúleas.
Foto:Peter Schneider/EPA

Os Belenenses entraram no palco da final com o intuito de disputarem o jogo até ao fim. A alma ficou em campo, juntamente com o suor, o sacrifício e a vontade. Tudo junto deu uma fúria azul que permitiu virar o marcador e emendar um início periclitante. Lang teve cabeça para inaugurar o marcador logo aos 15 minutos, mas os suiços perderam a cabeça a partir daí. O Belém soltou-se, cerrou os punhos e os dentes, lutou e marcou com uma bomba de Luis Leal, aos 28 minutos. O Basileia adormeceu no conforto da sua casa, acomodado às suas duas vitórias anteriores, que o colocavam na liderança. Luis Leal soltou-se, aproveitou o espaço, colocou em Kuca. O avançado dos azúis não se fez rogado e marcou. O golo veio na melhor altura e a proximidade do intervalo não permitiu resposta. Na segunda parte vieram as bolas aos ferros, por parte dos da casa, um correr atrás do prejuízo e mais Luis Leal. O Belenenses soube segurar o resultado, importunar e desestabilizar o Basileia e aguardar o apito final. Com esta vitória, um orgulho enorme na face e um regresso às contas do grupo. Se é fácil? Não. Mas em Basileia também não era...
Na pedreira aguardava-se com expectativa pelo comportamento de um Sporting Clube de Braga pré Porto. Paulo Fonseca avisou que não queria desconcentrações e que o presente era a altura certa para ganhar. Com seis pontos em seis possíveis, os Bracarenses recebiam um gigante francês ferido de orgulho - a liga francesa tem sido um suplício. O jogo foi dividido, apesar de controlado pelos da casa. Hassan foi a principal ameaça e o intervalo permitiu a Paulo Fonseca reajustar a sua equipa. No segundo tempo, tudo diferente. Veio a emoção, a incerteza e os golos. O Marselha subiu e Hassan fez questão de os castigar. Um chapéu bonito a Mandanda e uma vantagem empolgante. Pouco depois, o oportuno Wilson Eduardo marcava o segundo golo bracarense e parecia sentenciar o jogo! Engano. O Marselha ressuscitou dos tons de cinza e voltou ao jogo, em pouco mais de 3 minutos. Os franceses, agora de peito feito, pareciam dizer que um gigante não cai à primeira. Mas caiu. Alan, em cima da hora, carregou a injustiça sentida e disparou a raiva. Com aquele tento, os franceses estavam definitivamente imobilizados e a pedreira explodia de alegria. Ganhar assim faz mal ao coração, mas tem outro sabor! Com estes 3 pontos, os arsenalistas são donos e senhores do grupo, com uma almofada de 5 pontos para o segundo classificado. Paulo Fonseca voltou a sentir-se de bem com a vida e o Braga agradece a sua vinda.
Por fim, uma palavra para os "jovens" leões. O Sporting Clube de Portugal começou mal a competição, muito mal mesmo, sobreviveu na Turquia, num jogo em que podia ter ganho confortavelmente, e agora cumpriu com goleada a sua obrigação. A história do jogo começou a ser desenhada pelo próprio Skendebreu, uns albaneses com mau feitio e pouco inteligentes. Uma expulsão precoce, dois penaltis cometidos e um grande desacerto emocional. Mas este Sporting em formato Taça da Liga permite dar a conhecer talentos: Matheus Pereira tem perfume no seu futebol e samba no pé. Golo, perdão. Bruno Paulista precisa de minutos e tempo, soltou-se à medida que o tempo foi passando mas Jesus sabe que ele tem de crescer para ter espaço. Em bom da verdade, o Sporting ganhou ritmo competitivo, integrou jogadores e venceu. Pouco mais há a dizer de um jogo pobre perante uma equipa sofrível. Com esta goleada, os leões mantêm-se na corrida (beneficiando de um empate entre Lokomotiv e Besiktas), no terceiro lugar do grupo, mantendo-se na corrida pela qualificação. Para a história ficam os golos (e foram muitos) e um incremento de confiança para o dérbi de Domingo!
Em suma, Portugal ganhou pontos à França e aos mais directos adversários do Ranking, viveu uma noite mágica e trouxe à colação momentos épicos de outros tempos, conduzidos por lendas e glórias de equipas distintas. Por detrás das suas cores, Portugal tem muito mais do que 3 emblemas. Uma "nação valente e imortal".
Tiago Carvalho.

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