Porto: ser rei na Vila do Conde

O Porto tinha, aparentemente, uma difícil deslocação ao terreno do Rio Ave, onde o líder Benfica saiu derrotado recentemente. A equipa de L...

O Porto tinha, aparentemente, uma difícil deslocação ao terreno do Rio Ave, onde o líder Benfica saiu derrotado recentemente. A equipa de Lopetegui sabia que os Vilacondenses primam pelas transições rápidas e que, se não entrasse com o intuito de resolver, podia acabar em maus lençóis. Sabendo do resultado positivo do seu rival lisboeta, os dragões entraram "mandões", com um futebol organizado e de ataque. A falta de serenidade foi adiando o golo, mas não por muito tempo. O Rio Ave entregou-se à sorte e nem mesmo a tímida reacção foi capaz de mudar o rumo do jogo. O Porto vence, mantém acesa a discussão pelo título e agora pode tranquilamente concentrar-se no todo poderoso Bayern de Munique.

Foto: Lusa/ Estela Silva




Os Dragões sabiam que este jogo revelava-se crucial para o desenrolar da época. Numa altura em que o calendário aperta, uma derrota podia ser o desmoronar de tudo: perdia terreno para o Benfica, podendo significar o adeus definitivo ao campeonato, e uma quebra da moral da equipa, numa altura em que a Liga dos Campeões exige superação e determinação. E foi mesmo um Porto determinado em marcar cedo o que se viu em Vila do Conde. Pode-se mesmo dizer "mandão". Cedo pegou na responsabilidade do jogo e impôs o seu futebol. Do outro lado, um Rio Ave que ainda lambia feridas da pesada derrota em Braga para a Taça de Portugal. E a imagem que tinha deixado, foi a mesma que deixou: uma apatia imensa, uma expectativa exagerada e um deixa andar constante, na esperança de que, de alguma maneira, a sorte do jogo lhe sorrisse.

E foi um Porto dominador o da 1ª parte. Falhou, falhou e falhou. Ricardo Quaresma acertou no ferro da baliza do Rio Ave aos 24 minutos mas, antes, uma mão cheia de oportunidades desperdiçadas imperdoavelmente. Imperdoável foi também o fora de jogo assinalado ao ataque do Porto, invalidando um golo limpo a Brahimi, aos 8 minutos. Mas esse golo acabaria por chegar, pouco depois, por Ricardo Quaresma, na transformação de uma grande penalidade assinalada por derrube sobre Danilo. O mais difícil parecia estar feito e agora era altura de acalmar o coração azul e branco.
Os verdes e brancos sentiram a obrigação de arriscar mais e incomodaram Fabiano por 2 vezes, levando o guardião brasileiro ao chão. Mas, mesmo à beira do intervalo, golo do Porto, por Danilo, em zona frontal, com um remate colocado. O intervalo chegava e o Porto sentia-se cada vez mais confortável na partida.

A segunda parte trouxe um jogo diferente. O Porto até entrou com uma oportunidade flagrante, tirada sobre a linha de golo. Mas, do outro lado, e na sequência de um canto, Fabiano viu a bola passar muito perto do poste da sua baliza. Pressentia-se que mais golos surgiriam caso as equipas o procurassem. E foi aos 70 minutos de jogo que Tarantini apareceu no coração da área portista e rematou certeiro, batendo Fabiano. O Rio Ave reduzia e colocava os Dragões em alerta.

Todavia, o golo do capitão do Rio Ave foi em vão, uma vez que, 10 minutos volvidos, Hernani estreia-se a marcar pelos Dragões, colocando a bola no fundo das redes e sentenciando a partida. Resultado final: 3-1, vitória importante do Porto, numa altura decisiva da época.

Um Porto forte, dominador, com futebol apoiado, trabalhado e bonito. Um Quaresma em crescendo e uma enorme vontade de vencer. Em suma, uma vitória à Porto.


Tiago Carvalho



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